Stacking photography ou empilhamento de imagens.
A fotografia e suas diferentes linguagens, que podem ser traduzidas em técnicas específicas como por exemplo o controle preciso da luz, velocidade, ou foco seletivo, encontra na técnica de empilhamento de imagens aquilo que os mais antigos que tiveram o prazer de conseguir focar toda uma cena com diversos planos focais usando a regra de Scheimpflug em suas câmeras 4×5” a realização de um sonho de forma melhorada.
Esta técnica consiste basicamente em juntar diferentes planos de foco dando nitidez total a imagem, cujas aplicações podem variar de impressões de grande formato que o fundo de relevância a composição da foto não pode ricar desfocado, como muitas vezes encontrado em fotografia de arquitetura ou natureza.
O uso mais comum do empilhamento de imagens se dá na macrofotografia, naturalmente pela curtíssima profundidade de campo decorrente de grande magnificações, porém em alguns casos, esta é a única alternativa para se conseguir algo minimamente aceitável.
Apenas como curiosidade, a foto que ilustra essa matéria compreende, entre o ponto mais próximo do olho da mosca até o ponto mais distante do outro lado da sua cabeça, aqui representada por um pêlo é de aproximadamente 2,5 mm e para conseguir essa representação foram necessárias 145 fotos. Acho que esses números deixam claro o quão curta é a profundidade de campo nesse caso e a necessidade absoluta da aplicação da técnica uma vez ainda que é impossível em um único clique conseguir tal feito.
Uma vez feita a apresentação do empilhamento de imagens vamos a suas aplicações, vantagens e desvantagens.
A primeira e talvez mais óbvia pergunta seria referente a comparação entre empilhamento e o uso de aberturas menores para se conseguir maior profundidade de campo. Sim, existem as duas possibilidades, porém a segunda sofre limitação de acordo com o enquadramento feito ( vejam que falei sobre enquadramento e não escolha de distância focal como ferramenta para ampliar a profundidade de campo, erro muito comum no meio fotográfico que abordaremos em ocasião oportuna).
Em todos os campos do saber, o conhecimento é o grande diferencial que pode retirar alguém da grande massa e promover seu destaque. Na fotografia não poderia ser diferente e a única forma de nos destacarmos é através do conhecimento técnico que nos permitirá desenvolver novas técnicas que via de regra são como quebra cabeças montados com as pequenas peças que temos por ocasião do domínio pleno destas.
A nossa pecinha de hoje será o empilhamento de imagens, técnica usada para ampliar a profundidade de campo sem as conhecidas e temidas perdas decorrentes da difração da luz inerente de aberturas muito pequenas. Posso afirmar sem medo de errar que a nossa técnica de hoje, em casos específicos, supera em muito o simples uso de aberturas pequenas para se conseguir um maior campo de foco. Muitos consideram o empilhamento de imagens útil apenas para macrofotografia devido a riqueza de detalhes muitas vezes invisíveis a olho nú e não possíveis de serem vistos numa única imagem, porém posso afirmar que podemos ir muito além disso, tanto no hobby como na fotografia profissional. Vale dizer que nem sempre podemos nos valer disso para conseguir a imagem que tínhamos em mente quando a intenção era foco total de fora a fora da imagem. Existe a possiblidade de aumentar o campo de foco através da regra de Scheimpflug que consiste em alterar a geometria da lente e assim ampliar o campo de foco de maneira considerável, porém vale dizer que tais lentes invariavelmente não são macro.
Vamos entender um pouco mais dos porques e onde aplicar a técnica. A foto que ilustra esse artigo é de uma mosca caseira, composta por 145 imagens que se fizeram necessárias para cobrir os aproximados 2,5 mm de extensão da cabeça do inseto. Com uma simples continha podemos entender o quão curta é a profundidade de campo nesse nível de magnificação e a necessidade absoluta do emprego do empilhamento.
Não me aprofundarei neste artigo nos cálculos que determinam quantas fotos serão necessearias para se cobrir determinada área, ou em fluxo de trabalho nos softwares específicos para para esse fim.